sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Homossexualismo entre animais

Há evidências do comportamento homossexual, em todo o reino animal. Além dos humanos, o homossexualismo ocorre também entre animais, o que poderia significar que é natural para seres humanos. Esse fato permite admitir que o homossexualismo, não é uma escolha, mas que resulta de forças naturais, fisiológicas, endócrinas, etc..., que não podem ser controladas, pela vontade das pessoas e dos animais.

Frans de Waal, que é um dos mais importantes primatologistas do mundo, em 1997, ao lançar seu livro sobre bonobos (primata que são parentes muito próximos do homem) mostrou que esses macacos têm uma enorme energia sexual. Em cativeiro ou na floresta, quase todos são bissexuais, e metade de suas relações sexuais são com bonobos do mesmo sexo. Antes da publicação desse livro, os zoólogos raramente citavam o assunto.

Em 1999, Bruce Bagemihl publicou outro livro, relatando que comportamentos homossexuais tinham sido observados em 450 espécies. Alguns exemplos explorados foram os das gaivotas, que entre 10% e 15% das fêmeas são homossexuais. Elas têm relações com machos, mas voltam para a companheira para pôr e chocar seus ovos. Jovens golfinhos também foram analisados, pois eles são famosos pelas atividades homossexuais em cativeiro ou no mar. Esses comportamentos em animais vêm sendo registrados desde 1700, mas poucos livros foram escritos sobre o tema.

Edward Norton Lorenz, biólogo, da Universidade de Boston, e outros cientistas dizem que o fato de animais mostrarem comportamento homossexual não significa que seja geneticamente determinado e também não dá para ir além no que se trata dos seres humanos.

Voltando à Bruce Bagemihl, com relação a seu livro vou citar as observações mais interessantes:

Atração entre iguais

A conclusão do livro Biological Exuberance – Animal Homosexuality and Natural Diversity (Exuberância Biológica – Homossexualidade Animal e Diversidade Natural), surpreendeu os biólogos que ainda acreditam que só se faz sexo para produzir filhotes. Bagemihl, deixa refletir em seu livro a idéia de que, apesar de não gerar descendentes, o homossexualismo faz parte do dia-a-dia de um número enorme de espécies na natureza.

Os Critérios objetivos

Seu livro observa 5 variedades de comportamento que ele classifica como homossexual.
A 1ª é o cortejo. Inclui todas as formas que os animais empregam para se exibir e conquistar parceiros.
A 2ª é a afeição. Inclui beijos, esfregações e carinhos de toda ordem. O biólogo foi rigoroso ao excluir formas de carinho que parecem manifestação de sexualidade, mas não são.
Em 3º vem a formação de casais. Talvez a categoria mais surpreendente de todas. Mais de 70 espécies de aves realizam casamentos duradouros de indivíduos do mesmo sexo. Essas uniões também são adotadas por 30 mamíferos.
Em 4º lugar vem a criação de filhotes. Nem sempre essa atividade envolve a dupla pai e mãe. O pássaro-cantor (Wilsonia citrina), nativo da América Central, é uma espécie na qual um macho atrai o outro por meio do canto, no início do período reprodutivo, e depois eles se juntam. Constroem, então, o ninho e cuidam dos ovos e das crias abandonados por outros indivíduos.
Em 5º lugar o contato sexual propriamente dito. Para ele, sexo é todo momento em que há estimulação dos órgãos genitais.

Nem gay nem lésbica

Bagemihl acredita ter deixado bem claro que o termo "homossexualismo", aplicado aos animais, não significa o mesmo que para gente. "O uso da palavra ‘homossexual’ faz muita gente associar a idéia a imagens de gays e lésbicas. Temos que saber separar as coisas", afirma o pesquisador.
Não é falta de opção

Há quem apóie que bichos do mesmo sexo só se envolvem quando não têm outra opção. Ele mostra que, em comunidades de girafas de maioria masculina, as fêmeas disponíveis podem ser ignoradas pelos machos. Na verdade, alguns se recusam a copular com elas e preferem a companhia de um igual.

Fazem porque gostam
Depois de separar as explicações mais comuns ou preconceituosas para a prática do homossexualismo, Bagemihl dá aos fatos uma interpretação original. O homossexualismo pode ter um motivo simples, que costuma ser ignorado pelos biólogos: prazer. "A posição tradicional da ciência sempre foi a de assumir que o prazer sexual não existe para os bichos", diz Bagemihl. "Mas, na minha opinião, quando estudamos o sexo, temos que revisar os pressupostos que temos."

Em uma entrevista feita pela ISTO É, ao veterinário Cláudio Alvarenga de Oliveira, professor da Faculdade de Veterinária da USP, sobre o comportamento homossexual entre animais saíram as seguintes perguntas e resposta:

ISTOÉ – O que leva um animal a ser gay?
Oliveira –
O homossexualismo entre animais está muito relacionado à organização social do grupo. Entre os machos é uma forma de afirmação da hierarquia. Mas os primatas machos, por exemplo, apenas simulam o ato sexual, não há penetração de fato.

ISTOÉ – E as fêmeas?
Oliveira – Quando se relacionam entre si, é uma forma de exibição sexual com a finalidade de atrair a atenção do macho

Para concluir esse assunto

Outros cientistas justificam o homossexualismo atribuindo-o ao confinamento. Animais enjaulados seriam levados a essa prática para aliviar o estresse ou porque sofrem de distúrbio psicológico. Essa teoria era reforçada pelo fato de que, em muitas espécies, até pouco tempo atrás só se documentava atividade desse tipo nos zoológicos. Leões, gorilas, elefantes, muitos golfinhos e aves eram tidos como homossexuais apenas em cativeiro. Nas últimas décadas, porém, pesquisas na natureza mostraram que a homossexualidade fora da jaula só não tinha sido registrada antes por um simples motivo: ninguém procurou direito.

3 comentários:

Ricardo Soares disse...

a ciência quer explicar tudo... consegue ??? bjs

JOSE ALBERTO disse...

MUITO INTERESSANTE O ARTIGO, ACREDITO NO HOMOSSEXUSLISMO EM TODAS AS ESPÉCIES ANIMAIS.JOSE ALBERTO

Anônimo disse...

O fato de se verificar comportamento homossexual entre animais não é argumento válido para afirmar que homossexualidade seja normal ou saudável. Animais também têm câncer, diabetes, viroses, infecções...
Paulo Lima