segunda-feira, 5 de julho de 2010

Em dia com a saúde mental

Loucura

Estou mostrando esses vídeos sobre saúde metal para que pessoas como você que visita meu blog possa compreender melhor esse assunto e refletir sobre a SUA saúde mental.

Relato também uma experiência que tive com a loucura (como ESPECTADORA apenas), que me deixou impressionada, ao ponto de pesquisar e escrever aqui no LUANA REGISTRA sobre esse assunto, que não é menos importante do que qualquer outro que já escrevi ou que venha a escrever.

Pensar que tudo que temos, vivemos e compartilhamos pode um dia acabar por conta de um transtorno, é chocante. Mas, pense um pouco nisso, pois a loucura e seus afilhados podem aparecer também para você a qualquer momento.

De cada dez brasileiros que você encontra, pelo menos um deles não tem saúde mental perfeita. No Brasil, 23 milhões de pessoas (12% da população) necessitam de algum atendimento em saúde mental. Pelo menos 5 milhões de brasileiros (3% da população) sofrem com transtornos mentais graves e persistentes. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, apesar de a política de saúde mental dar prioridade às doenças mais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, as mais prevalentes estão ligadas à depressão, ansiedade e a transtornos de ajustamento. Em todo o mundo, mais de 400 milhões de pessoas são afetadas por distúrbios mentais ou comportamentais. Os problemas de saúde mental ocupam cinco posições no ranking das dez principais causas de incapacidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

No último domingo, 04/07/2010, pude acompanhar por uma tarde os prós e os contras de uma clinica que cuida de pacientes com problemas mentais aqui em Aracaju. E fiquei muito chocada com tudo que vi.

O que mais me impressionou, além das histórias de cada um, foram os olhares de angustia e vazio de muitos deles, a carência do amor familiar, o abandono e a desorganização desse local. Muitas coisas faziam sentindo, tinha organização, limpeza. Mas, outras não tinha sentido, muito menos organização, como por exemplo, a falta de espaço, pois lá os pacientes do sexo masculino e feminino viviam no mesmo espaço, sem separação alguma. Além da falta de uma equipe de supervisão mais preparada para tomar conta do lugar.

Um caso que me chamou atenção foi o de uma paciente que queria ser liberta a qualquer custo. O seu olhar era algo angustiante pra mim, e ela sempre pedia para eu orar para ela e nela. Foi uma experiência curta a que tive, mas ao mesmo tempo profunda e intensa. Num tempo em que ela era meiga e falava comigo normalmente, contando a sua história, em outro tempo, ela vira o pescoço e tinha atitudes anormais. Uma situação muito feia de se ver. E o que me impressionava nessa paciente era sua beleza, um pouco abatida, mas a beleza acabava sobressaindo diante da angustia, sofrimento e vazio que ela carregava. Eu pensava: “como pode meu Deus tão bonita e sem ter posse de suas ações e emoções”. 

A causa da internação da maioria dos pacientes lá encontrados, principalmente os homens, é o uso excessivo de álcool e outras drogas como a maconha, a cocaína e o crack. E muitos dos internos já eram reincidentes, pois o tempo em que se encontram na clinica os cuidados médicos são controlados, a partir do momento em que saem esse controle, principalmente com os medicamentos, fica menor o que fazem retornar e muitas vezes forçados pela situação e pelo local em que são encontrados.

Lá eu percebi que a paciência, a calma, a compreensão, o carinho e o amor pelo trabalho de reabilitação dos pacientes, fazem toda a diferença. É importante tranqüilizá-los e explicar que as sensações que eles têm não são reais. O que eles mais precisam, além de remédios para o tratamento e cuidados médicos adequados, é de alguém para conversar e contar como se sentem.

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